“I am he, as you are he, as you are me, and we are all together” ("I Am the Walrus" Beatles, 1967).
É pouco provável que você・ nunca tenha ouvido essa canção, mas ・ bem provável que você・ não tenha gostado ao te-la ouvido pela primeira vez.
Ela fez parte do álbum Magical Mistery Tour・ e, segundo os especialistas, tinha uma letra fragmentada e sem sentido propositalmente, para dificultar sua análise・.
“Eu sou você, assim como você é ele, como você é eu, e todos somos um só”, no entanto, fez eco com o pensamento jovem de solidariedade e união e “humanismo” da época.
A base psicodélica como reação ao pragmatismo dominante está retratada nessa canção, mas isso não está apenas na história e sim aparece ainda hoje nos pensamentos e atitudes de quem viveu aquele momento.
Quero dizer com isso que todos nós somos o “eggman” dessa canção; somos fruto (dos pensamentos de uma época na qual fomos formados) e também semente (dos pensamentos da época que estamos construindo).
A época do “estar bem”, “estar feliz”, “ser” ao invés de “ter”, deu lugar ao desencanto da geração posterior, que o “Pinball Wizard parece ter predito na era-rock Tommy!
A geração do “I Am the Walrus” pode, hoje, estar desencantada com os rumos que o mundo tomou e se abandonar ou se entregar como “Tommy”, diante da morte do pai e do namoro da mãe com o “tio” pouco escrupuloso.
Abandonar-se, viver o hoje sem nenhuma perspectiva do “amanhã”, sem um ponto no horizonte para o qual seguirmos, reduz drasticamente nossa qualidade de vida e é quase um sinônimo de depressão.
Nossa qualidade de vida reflete a qualidade das relações que estabelecemos com “coisas e pessoas”; com o mundo externo a nós. A baixa qualidade freqüentemente é visível pelo distanciamento: estamos sós! Nesta fantasia musical podemos encontrar também na ópera “Tommy” a receita para sairmos desse estado, na canção “See Me, Feel Me・:
See me (Olhe para mim)
Feel me (Sinta-me)
Touch me (Toque me)
Heal me (Cure-me!)
A atenção, cuidado, generosidade, gentileza que oferecemos à pessoa pela qual nos apaixonamos e de quem recebemos esses mesmos cuidados nos “curam” de um certo vazio que descobrimos em algum momento entre a adolescência e a maturidade (às vezes quase parte de nós desde o nascimento). Essa é uma das obras “mágicas” da nossa natureza. A grande maioria de nós, no entanto, não aprendeu com esse momento mágico; não incorporamos á nossa atitude consciente, esse “truque” e deixamos que ele escorregasse por entre nossos dedos. Tempos depois (um ano, 5 anos, 10 anos) nos deparamos com nossa imagem no espelho, triste imagem, e somos tomados por um grande desalento. Olhando com atenção poderemos constatar que estamos olhando sem ver, não estamos “sentindo” o que estamos olhando, tocando. É hora de mudar a relação que estamos tendo com “o mundo externo” e, para isso não podemos agir de forma infantil e ficar pedindo ou esperando: “eu quero”. Nessa hora é preciso dar o primeiro passo, oferecer, investir, dar seu lance, continuar o seu caminho, conforme descreveu Hermann Hesse em “Demian”: "A vida é um caminho em direção a si mesmo".
Recomendo que você comece agora e para isso indico duas receitas da canção popular para você ver e ouvir:
1 - “ALL YOU NEED IS LOVE no topo da pagina ・E no final da pagina
2 - “The End・ onde ouvimos: - O amor que recebemos é equivalente ao que conseguimos oferecer”
Curriculo do Especialista
Carlos Messa
Psicólogo na Vinculum Psicoprofilaxia das Relações (Psicoterapia Individual e Casal)
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